Tuesday, September 25, 2007

Um grande amigo meu escreveu esse texto e em sua homenagem eu posto aqui no blog. É muito pertinente para o momento.
Parabéns Ju.

O Porco e o Labrador

Meu avô sempre teve sítio no interior. E lá, ele tinha muitos amigos que também tinham sítios e criavam animais. Certa vez, perto do Natal, um amigo dele ganhou um leitão para assar na ceia. Como ainda faltava uma semana para a festa, ele criou o pequeno porquinho por alguns dias. Criou-se então um afeto gigantesco pelo animal e quando chegou à fatídica data, ele desistiu de sacrificar o bichinho. Começou então a tratá-lo como um cachorro. O porquinho tinha casinha, coleira, comia ração canina, tinha brinquedos, etc. Para o velho senhor, aquele leitão era como um pastor ou um labrador. Com o passar do tempo, ele percebeu que o animalzinho não cuidava da casa, não estava sempre ao seu lado, não tinha inteligência suficiente para buscar um jornal ou avisar alguma coisa, como era de se esperar de um bom cachorro. Mas continuava fazendo suas “porcadas” por toda a casa, grunhindo o dia inteiro e, sempre que possível, dava uma escapadinha para a lama. Então, o senhor percebeu que, por mais que amasse o leitãozinho e assim criasse toda expectativa de tê-lo como um animal de estimação, no caso um cachorro, ele nunca perderia sua natureza e o máximo que poderia ser é um ótimo leitão.

Por mais que gostemos de alguém, temos que saber que cada um tem sua natureza e seus limites, e isso ninguém ou nenhum dinheiro no mundo pode mudar. Nunca espere ou exija de uma pessoa nada além do que ela é capaz de ser. Seja a pessoa um porco, ou um labrador.

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