Wednesday, September 20, 2006

Forma Inspiradora

Posto aqui uma passagem de um texto que achei sensacional. É a definição de uma rave por um poeta/autor italiano. Achei interessante como forma inspiradora de explicar algo:

“Das ruínas de um bairro de Nápoles, ao calar das sombras, na antevéspera do metaverso solar, um grito de aço se levanta, evocando uma era que passou. Os cibernautas vão a galope, orgulhosos do milênio vencido. As catedrais do deserto industrial estão ocupadas durante uma noite por criaturas biodigitais e fenômenos psicoacústicos. Nas primeiras luzes do alvorecer a luz indiscreta revelará os semblantes desfigurados do presente futurável.”

L’urlo dell’acciaieria
Rave Party, 19 de julho de 1997.
Italsider - Bagnoli


Vocês podem encontrar essa passagem no livro do Massimo Canevacci: Culturas eXtremas.

Sunday, September 10, 2006

Multiplicidade das Formas

Um dia desses vi uma discussão sobre a forma de escrita dos jovens na internet. Pessoas loucamente indignadas, prevendo o fim do português formal, acabando com a internet... aquelas coisas. Então me lembrei de uma aula, que vi na minha pós, com a querida Lúcia Santaella: "O mundo é arredio às novas eras da comunicação. Têm medo do novo. E têm medo de que sua era em questão acabe" E eu concordo com ela, porque sempre foi assim. Sempre que uma nova forma de comunicação surge as pessoas metem o pau. E geralmente as pessoas que são mais tradicionais.
O fato é que acho toda essa discussão uma grande falta do que fazer, porque os meios sempre continuam. O livro foi o primeiro deles, não é mesmo? O primeiro grande meio de comunicação inventado. "Puxou o bonde", como dizem por aí. E está aí. O livro nunca vai acabar. Pode ser que no futuro ele comece a ser apresentado em uma outra forma física. Nunca se sabe. Mas o fato é que sempre vamos precisar ter o livro, o papel da prensa, o telefone, o rádio, a TV e a internet. A tecnologia serve para fomentar esses meios. Fazer com que eles evoluam. Mas ela não é uma vilã.
Portanto, acho que essa discussão sobre a escrita dos jovens no mundo virtual é apenas uma demonstração de medo dessa nova era midiática. O que está se criando é apenas uma nova linguagem. Essa é a verdadeira beleza dos tempos do agora: A multiplicidade das formas e o saber conviver com elas.