Wednesday, August 22, 2007

Linguagem Sonora: Um Olhar Semiótico.
(+ Dicas de leituras bacanas)


A Semioticista e Psicanalista Lúcia Santaella em seus dois livros: "Cultura das Mídias" e "Culturas e Artes do pós-humano - da Cultura das Mídias à Cibercultura", divide a cultura em Eras.

Cada Era é marcada por uma transformação na forma de comunicação.

A primeira é a Era Oral - da fala. O ser humano descobria as palavras e a cultura era passada verbalmente de geração para geração. Seu conteúdo não foi 100% registrado no mundo, uma vez que a informação ia se perdendo com o passar das gerações.

A segunda é a Era Escrita - Deu-se início ao registro da informação. Surgiram os livros únicos.

Depois veio a Prensa. A Era da Prensa proporcionou a cópia e a disseminação em maior escala da informação. Livros passaram a ser copiados.

As próximas foram: Era das Mídias (rádio, cinema, Televisão) e a Cibercultura (com a Internet).

Na era das mídias, o Rádio chegou na frente e veio trazer a disseminação da informação oral da forma como ela se dá. Através da fala, do som.

Este é um histórico semiótimo no que diz respeito à linguagem sonora.

Hoje, com o contexto hipermidiático ao qual estamos vivendo e com a tecnologia bastante acessível a tudo e a todos, a linguagem sonora torna-se parte de um todo.

Cada vez mais a tendência é nos comunicarmos fomentando e inspirando os nossos 5 sentidos.

Podemos, sim, utililar fitas cassetes e CDs. Mas também podemos utilizar vídeos. Gravar aular ao vivo e transmití-las via web. Podemos criar podcasts ou videocasts e postar na rede.

Uma leitura que agrega teoricamente e ao mesmo tempo nos inspira com sua prática é o livro Texturas Sonoras, de Sérgio Bairon.

O livro apresenta dois momentos reflexivos. No primeiro explora as possíveis relações entre as experimentações sonoras de Murray Schafer, Pierre Schaeffer e John Cage, dentre outros, e a linguagem hipermidiática. No segundo apresenta a criação de texturas sonoras desenvolvidas para um de seus trabalhos de hipermídia: A casa filosófica.

Em ambos os momentos o autor investiga a relação entre arte e ciência, sobretudo por meio do diálogo com os processos de criação sonora presentes em produções hipermidiáticas. A ênfase é dada ao lugar que as expressividades hipermidiáticas (em sua dimensão sonora) podem ocupar no meio acadêmico, como uma legítima forma de reflexão conceitual, na mesma dimensão de maturidade já alcançada pelas manifestações verbais.
Texturas sonoras inclui um cd-áudio, em que o leitor conta com a participação de Arnaldo Antunes, Izidoro Blikstein, Lúcia Santaella e Olgária Matos, entre outros artistas e pesquisadores que participam tanto com suas concepções conceituais quanto com suas vozes.

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