Um dia Semiótico by Thaysa e Leandro
Estava sonhando com a primeiridade, quando de repente o despertador tocou na secundidade e a terceiridade me fez levantar e ir em direção ao banheiro. Tomando banho na primeiridade, a água gelada me leva para secundidade. Sim! Acabou a energia na terceiridade.
Pego meu carro e vou em direção ao trabalho da terceiridade, ligo o som e ouço “Marginal Pinheiros parada nos dois sentidos”, olho para o relógio e vejo que estou atrasado, o susto da secundidade. Volto para a terceiridade, mudo de estação e ouço uma música que me leva para a primeiridade, como era bom os 10 anos de idade.
Chego ao trabalho. Começo a ler meus e-mails na terceiridade, toca o telefone da secundidade. Reunião às 15 horas na terceiridade.
No almoço, peço o cardápio da terceiridade. Sinto cheiro de primeiridade e me deparo com uma imagem suculenta de uma picanha bem passada da secundidade da mesa ao lado. “O que o senhor deseja?” pergunta o garçom da secundidade. Desejo uma suculenta picanha bem passada na terceiridade.
Vou direto para a reunião, chego com antecendência e tiro um cochilo. Acordo na secundidade com a recepcionista me chamando. Entro na reunião da terceiridade. Papo vai papo vem, um stress aqui outro alí, mais nada de novidade, continuo na terceiridade.
Voltando para casa me deparo com uma imagem que me toca e me leva para a primeiridade, me deixando paralisado. É um lindo pôr do sol, que só me faz cair na realidade quando um carro buzina na secundidade do trânsito da terceiridade.
Chego em casa e ligo a TV da terceiridade, o jornal mostra-se um poço de terceiros. Ora! Estou cansado de terceiros no meu dia, mais que saco, nada de novidade na terceiridade, acabo pegando no sono, e volto para o sonho da primeiridade. Espero não ser acordado pela secundidade, pois amanhã tenho que estar preparado para mais um dia semiótico.