Wednesday, August 22, 2007

Um dia Semiótico by Thaysa e Leandro
Estava sonhando com a primeiridade, quando de repente o despertador tocou na secundidade e a terceiridade me fez levantar e ir em direção ao banheiro. Tomando banho na primeiridade, a água gelada me leva para secundidade. Sim! Acabou a energia na terceiridade.
Pego meu carro e vou em direção ao trabalho da terceiridade, ligo o som e ouço “Marginal Pinheiros parada nos dois sentidos”, olho para o relógio e vejo que estou atrasado, o susto da secundidade. Volto para a terceiridade, mudo de estação e ouço uma música que me leva para a primeiridade, como era bom os 10 anos de idade.
Chego ao trabalho. Começo a ler meus e-mails na terceiridade, toca o telefone da secundidade. Reunião às 15 horas na terceiridade.
No almoço, peço o cardápio da terceiridade. Sinto cheiro de primeiridade e me deparo com uma imagem suculenta de uma picanha bem passada da secundidade da mesa ao lado. “O que o senhor deseja?” pergunta o garçom da secundidade. Desejo uma suculenta picanha bem passada na terceiridade.
Vou direto para a reunião, chego com antecendência e tiro um cochilo. Acordo na secundidade com a recepcionista me chamando. Entro na reunião da terceiridade. Papo vai papo vem, um stress aqui outro alí, mais nada de novidade, continuo na terceiridade.
Voltando para casa me deparo com uma imagem que me toca e me leva para a primeiridade, me deixando paralisado. É um lindo pôr do sol, que só me faz cair na realidade quando um carro buzina na secundidade do trânsito da terceiridade.
Chego em casa e ligo a TV da terceiridade, o jornal mostra-se um poço de terceiros. Ora! Estou cansado de terceiros no meu dia, mais que saco, nada de novidade na terceiridade, acabo pegando no sono, e volto para o sonho da primeiridade. Espero não ser acordado pela secundidade, pois amanhã tenho que estar preparado para mais um dia semiótico.
Linguagem Sonora: Um Olhar Semiótico.
(+ Dicas de leituras bacanas)


A Semioticista e Psicanalista Lúcia Santaella em seus dois livros: "Cultura das Mídias" e "Culturas e Artes do pós-humano - da Cultura das Mídias à Cibercultura", divide a cultura em Eras.

Cada Era é marcada por uma transformação na forma de comunicação.

A primeira é a Era Oral - da fala. O ser humano descobria as palavras e a cultura era passada verbalmente de geração para geração. Seu conteúdo não foi 100% registrado no mundo, uma vez que a informação ia se perdendo com o passar das gerações.

A segunda é a Era Escrita - Deu-se início ao registro da informação. Surgiram os livros únicos.

Depois veio a Prensa. A Era da Prensa proporcionou a cópia e a disseminação em maior escala da informação. Livros passaram a ser copiados.

As próximas foram: Era das Mídias (rádio, cinema, Televisão) e a Cibercultura (com a Internet).

Na era das mídias, o Rádio chegou na frente e veio trazer a disseminação da informação oral da forma como ela se dá. Através da fala, do som.

Este é um histórico semiótimo no que diz respeito à linguagem sonora.

Hoje, com o contexto hipermidiático ao qual estamos vivendo e com a tecnologia bastante acessível a tudo e a todos, a linguagem sonora torna-se parte de um todo.

Cada vez mais a tendência é nos comunicarmos fomentando e inspirando os nossos 5 sentidos.

Podemos, sim, utililar fitas cassetes e CDs. Mas também podemos utilizar vídeos. Gravar aular ao vivo e transmití-las via web. Podemos criar podcasts ou videocasts e postar na rede.

Uma leitura que agrega teoricamente e ao mesmo tempo nos inspira com sua prática é o livro Texturas Sonoras, de Sérgio Bairon.

O livro apresenta dois momentos reflexivos. No primeiro explora as possíveis relações entre as experimentações sonoras de Murray Schafer, Pierre Schaeffer e John Cage, dentre outros, e a linguagem hipermidiática. No segundo apresenta a criação de texturas sonoras desenvolvidas para um de seus trabalhos de hipermídia: A casa filosófica.

Em ambos os momentos o autor investiga a relação entre arte e ciência, sobretudo por meio do diálogo com os processos de criação sonora presentes em produções hipermidiáticas. A ênfase é dada ao lugar que as expressividades hipermidiáticas (em sua dimensão sonora) podem ocupar no meio acadêmico, como uma legítima forma de reflexão conceitual, na mesma dimensão de maturidade já alcançada pelas manifestações verbais.
Texturas sonoras inclui um cd-áudio, em que o leitor conta com a participação de Arnaldo Antunes, Izidoro Blikstein, Lúcia Santaella e Olgária Matos, entre outros artistas e pesquisadores que participam tanto com suas concepções conceituais quanto com suas vozes.